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Thursday Mar 20, 2025
Ovinos: seleção genética de manada para o manejo holístico
Thursday Mar 20, 2025
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O carneiro (touro, bode, porco pai de chiqueiro, etc.) é metade da qualidade do rebanho. Pelo menos é isso que dizem os criadores e assim justificam o preço alto dos reprodutores vendidos para quem produz comercialmente. Mas como animais P.O. (de sangue 'puro') podem melhorar a qualidade do rebanho comercial se as premissas entre os dois são tão diferentes? Quem vende genética seleciona pelo tamanho para impressionar os compradores. Para chegar nesse tamanho usam 'suplementos' e rações com grãos transgênicos. Mas os pequenos produtores comerciais precisam de animais saudáveis com o mínimo de insumo possível para serem viáveis. E se fosse possível criar esses reprodutores cada vez melhores e mais adaptados para nossa realidade (digital de complexidade) sem ter que investir tanto? E se esses machos escolhidos dentro do próprio rebanho nos livrassem da "Síndrome do Grande Carneiro" como explica Bjorn Johannson, o sueco que desenvolveu uma abordagem que dispensa a compra de reprodutores caros todo ano? Mais ainda, o que aconteceria se passássemos a medir a saúde do rebanho como um organismo único ao invés de medalhes e números estatísticos de cada indivíduo? Se medíssemos lucratividade por área nas pequenas e médias propriedades ao invés de performance por animal? Seguindo nos estudos para a seleção genética de animais adaptados ao meu Contexto Holístico, gravei uma conversa com o Bjorn há poucos dias. Entre outras abordagens, ele usa o endocruzamento (cruza entre parentes) e todo muita gente se assusta com isso. Mas em linhas gerais, defeitos escondidos em genes recessivos aparecem rapidamente e podem ser eliminados, enquanto o endocruzamento vai trazendo avanços exponenciais nos traços desejados para cada produtor depois do segundo ano. As linhas gerais são: - descartar sistematicamente todas as fêmeas que exigem intervenção (seja para ajudar no parto, remediar, vermifugar, etc.); sempre para o abate e nunca para outros criadores. Mas lembrando que nem sempre temos recurso para eliminar todas de uma vez, podemos eliminar só as piores em cada ano e, sabendo desse critério, não selecionarmos matrizes e machos à partir dessas fêmeas com exigiram cuidados (deixamos agendado a venda ou abate posterior delas); - selecionar fêmeas que não demandam cuidados e amadurecem rápido a pasto em nosso território. São as que entram no cio primeiro, engravidam primeiro, não precisam de assistência no parto e cuidam bem dos cordeiros. Ela precisam parir por volta dos 12 meses de idade. Quando são novas dificilmente terão partos gemelares, mas eles começam a acontecer no segundo ano e partir daí, os machos selecionados para a monta conjunta precisam devem vir dessas mães; - selecionar os melhores machos de cada safra como candidatos para a monta do ano. O peso ao nascimento e na desmama são bons indicativos. Buscamos os mais fortes e pesados, mas não os absolutamente maiores. A monta é feita em dois ciclos. Por exemplo, no caso dos ovinos, 35 dias (o ciclo do cio das ovelhas é de 17 dias), mas melhores matrizes e machos do próximo ano, serão os que nascem primeiro; - as comparações entre os nascidos ficam mais fáceis porque eles nascem todos na mesma época; - os carneiros são descartados todo ano depois da monta. Podem ser vendido como reprodutores ou abatidos para consumo. O melhoramento do nosso rebanho para o nosso contexto e lucratividade está ao nosso alcance, mas é preciso estudo, gestão, planejamento e sensibilidade.
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